Empresários foram alvos de mandados de prisão temporária na 2ª fase da operação que investiga fraudes na distribuição de verba da merenda escolar na cidade.
Por G1 PB
Cinco empresários presos na segunda fase da Operação Famintos, em Campina Grande, foram liberados. De acordo com a Justiça Federal, um dos empresários já havia sido liberado no sábado (24) e mais quatro deles foram liberados na manhã desta terça-feira (27). Os cinco investigados na operação haviam sido alvos de mandados de prisão temporária na última quinta-feira (22).
Conforme a Justiça Federal, Roberto Alves Pinheiro, um dos alvos na segunda fase da operação, foi o primeiro a ser liberado, no sábado (27). Os outros quatro empresários soltos na manhã desta terça-feira foram Liselício de Brito Júnior, André Nunes de Oliveira Lacet, Severino França de Macedo Neto e Edna Iara dos Santos.
A segunda fase da Operação Famintos prendeu ainda, preventivamente, outros três investigados: o vereador mais votado da cidade nas últimas eleições, Renan Maracajá (PSDC), e os empresários Angelo Felizardo do Nascimento e Pablo Alysson Leite Diniz. Os três continuam detidos por tempo indeterminado. Todos os mandados, tanto de prisão temporária como preventiva, foram expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Campina Grande.
Empresário foragido se apresentou à PF
Um dos alvos de prisão preventiva na segunda fase da Operação Famintos estava foragido desde a última quinta-feira (22). Na manhã da segunda-feira (27), Angelo Felizardo do Nascimento se apresentou à Polícia Federal, em Campina Grande. Conforme a PF, o empresário passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida pelo juiz da 4ª Vara da Justiça Federal, Vinícius Costa Vidor.
Segunda fase da Operação Famintos
A segunda fase da Operação Famintos, deflagrada na manhã da quinta feira (22), teve a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF). O objetivo foi combater a prática de crimes de fraude à licitação, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e de corrupção, na aquisição de gêneros alimentícios e merenda escolar para alunos da rede municipal de ensino de Campina Grande.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em residências, escritórios e empresas dos investigados, além de oito mandados de prisão, sendo cinco de prisão temporária e três de prisão preventiva. Os mandados foram cumpridos na cidade de Campina Grande e as ordens foram expedidas pela Justiça Federal da cidade.
Vereador preso na 2ª fase da Operação
O vereador Renan Maracajá (PSDC) foi preso na segunda fase da Operação Famintos, na quinta-feira (22), em Campina Grande. Segundo o juiz da 4º Vara Federal, Vinícius Costa Vidor, o parlamentar está envolvido com empresas beneficiadas no esquema de desvio em verba de merenda que causou um prejuízo de R$ 2,3 milhões. Renan Maracajá foi o vereador mais votado nas últimas eleições, obtendo 4.977 votos.
A assessoria jurídica do vereador disse que entrou com um pedido Habeas Corpus, questionando os requisitos para o pedido da prisão, destacando que Renan Maracajá já vinha colaborando com as investigações. O advogado também reforçou que o pedido de Habeas Corpus visa o fato de que o vereador nunca foi preso, não tem antecedentes e nunca foi processado.
Segundo o juiz Vinícius Costa Vidor, Renan Maracajá integrava organização criminosa — Foto: Divulgação/ Câmara Municipal de Campina Grande
Primeira fase da Operação Famintos
A primeira fase da Operação Famintos foi deflagrada no dia 24 de julho, com o cumprimento de 67 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos e nas residências, escritórios e empresas dos investigados, além de 17 mandados de prisão.
“Como as investigações na primeira fase da operação já revelaram que havia dois tipos de contratação de merenda escolar, a centralizada, que seria o fornecimento de alimentos para creches, e a descentralizada, que seria para as mais de 100 escolas municipais de Campina Grande, essa 2ª fase foi com foco nesse contratação descentralizada”, explicou Raoni Aguiar, lotado na inteligência da Polícia Federal na Paraíba.
Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em órgãos públicos, residências, escritórios e empresas, na Paraíba — Foto: Polícia Federal/Divulgação