Mais de 70 brasileiros estão retidos em Santa Elena de Uairén e esperam autorização para voltar ao Brasil

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Por Vladimir Netto e Prisciele Venturini, TV Globo

 

Mais de 70 brasileiros que estão na Venezuela não conseguem voltar para casa

Mais de 70 brasileiros que estão na Venezuela não conseguem voltar para casa

Mais de 70 brasileiros estão retidos em Santa Elena de Uairén, cidade na Venezuelapróxima à fronteira, esperando autorização para voltar ao país.

Imagens gravadas na noite desta segunda no vice-consulado do Brasil na cidade mostram brasileiros, alguns sentados no chão e outros com crianças no colo, e malas espalhadas pelo chão do lado de fora. Assista ao vídeo acima.

Esses brasileiros esperam ter a mesma sorte do grupo que no domingo à noite conseguiu cruzar a fronteira, com o apoio do Itamaraty e do Ministério da Defesa. O grupo de 31 turistas brasileiros estava no Monte Roraima, o principal destino na região para quem busca turismo de aventura.

O Itamaraty afirma que está em contato com as autoridades venezuelanas e que está fazendo o possível para retirar os brasileiros de Santa Elena. Também informou que os brasileiros que estavam no vice-consulado conseguiram hospedagem em pousadas e casas da cidade para passar a noite.

Mas fontes do Ministério dizem que a negociação é delicada e a situação incomum, porque a fronteira está fechada desde a última quinta-feira.

Fronteira segue fechada

Fronteira do Brasil com a Venezuela está fechada pelo 5º dia seguido
Bom Dia Brasil
Fronteira do Brasil com a Venezuela está fechada pelo 5º dia seguido

Fronteira do Brasil com a Venezuela está fechada pelo 5º dia seguido

Nesta terça-feira (26), a fronteira entre Brasil e Venezuela segue fechada pelo 5º dia seguido. A tropa bolivariana está posicionada do lado venezuelano. No lado do Brasil, policiais rodoviários federais e militares do Exército reforçam a segurança.

movimentação é tranquila, e venezuelanos continuam usando as rotas clandestinas para atravessar para o Brasil.

Conflitos em Gran Sabana

Conflitos no município de Gran Sabana, onde fica Santa Elena de Uairén, a 15 km do Brasil, e Kumaparakay, habitada por indígenas, deixaram mortos e feridos nos últimos dias.

Na última sexta-feira, uma indígena morreu e outros foram feridos por balas após uma discussão entre militares e um grupo de indígenas de Kumarakapay. No mesmo dia, guardas nacionais reprimiram com gás lacrimogêneo um protesto em Santa Elena de Uairén. No sábado, também houve conflitos entre manifestantes e militares.

Ambulância com três feridos a bala entra em território brasileiro por Pacaraima (RR) no começo da tarde deste domingo (24). — Foto: Emily Costa/G1

Ambulância com três feridos a bala entra em território brasileiro por Pacaraima (RR) no começo da tarde deste domingo (24). — Foto: Emily Costa/G1

Na fronteira foi liberada apenas a passagem de ambulâncias com feridos nesses incidentes. Hospitais em Pacaraima, na fronteira, e em Boa Vista, capital, receberam feridos em estado grave pelos conflitos na fronteira. Segundo o diretor geral do hospital Délio Tupinambá, de Pacaraima, Alshelldson de Jesus, os pacientes foram feridos a bala, vítimas de armas de grosso calibre.

A situação levou o governador Antônio Denarium (PSL) a assinar decreto de calamidade na Saúde.

Soldados desertam

Autoridades migratórias colombianas informaram na segunda-feira (25) que mais de 270 militares, a maioria de baixa patente, abandonaram as forças armadas bolivarianas e entraram na Colômbia nos últimos três dias. Outros sete fugiram para o Brasil.

Dados oficiais do governo venezuelano, no entanto, dizem que o efetivo da Força Armada Nacional Bolivariana varia de 95 mil a 150 mil. Ou seja, o percentual de militares que deixaram o país nos últimos dias fica em torno de 0,3%.

Os números oficiais de efetivos não contabilizam as milícias bolivarianas apoiadas pelo regime de Nicolás Maduro. O presidente chavista tem apoio do alto comando militar, que manifestou várias vezes repúdio à iniciativa do líder da oposição Juan Guaidó de se autodeclarar presidente interino da Venezuela.

Grupo de Lima pede soluções pacíficas

Nesta segunda, representantes do Grupo de Lima pediram se reuniram em Bogotá, na Colômbia, e pediram soluções pacíficas para a crise humanitária na Venezuela.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, reforçou apoio a Guaidó e prometeu novas sanções ao regime de Nicolás Maduro.

Vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o líder da oposição e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, participam de reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, na Colômbia, nessa segunda-feira (25) — Foto:  Luisa Gonzalez/ ReutersVice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o líder da oposição e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, participam de reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, na Colômbia, nessa segunda-feira (25) — Foto:  Luisa Gonzalez/ Reuters

Vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o líder da oposição e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, participam de reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, na Colômbia, nessa segunda-feira (25) — Foto: Luisa Gonzalez/ Reuters

O vice do Brasil, Hamilton Mourão, disse que o governo brasileiro acredita que é possível encontrar uma solução “sem qualquer medida extrema” para, segundo ele, “devolver a Venezuela ao convívio democrático das Américas”.

No encontro, os países integrantes do Grupo de Lima aceitaram a Venezuela – representada por Guaidó – como novo membro da associação.

O Grupo de Lima foi criado, em 2017, por iniciativa do governo peruano com o objetivo de pressionar o regime Nicolás Maduro a restabelecer a democracia na Venezuela. Além de Brasil e Peru, mais 11 países integram o grupo: Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá e Paraguai.

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