Publicado em 05/07/2019 – 11:23
Por Stephanie Nebehay, Mayela Armas e Brian Ellsworth, da Reuters Genebra e Caracas
A notícia veio depois de o Conselho de Direitos Humanos da organização debater um relatório elaborado por Bachelet após visita à Venezuela em junho.
O relatório acusou as forças de segurança da Venezuela de enviarem esquadrões da morte para assassinar homens jovens, mas um vice-ministro o rejeitou em discurso no Fórum de Genebra.
“A libertação bem-vinda de 62 detidos (em junho), com outros 22 — incluindo o jornalista Braulio Jatar e a juíza (Maria) Lourdes Afiuni–, libertados ontem, e a aceitação por parte das autoridades de dois dirigentes de direitos humanos significam o início de um engajamento positivo nas muitas questões de direitos humanos no país”, disse Bachelet.
Uma porta-voz afirmou que Bachelet pediu as 22 libertações diretamente ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Maria Afiuni foi presa sem mandado pouco depois de o ex-presidente Hugo Chávez criticar uma de suas decisões que soltou o empresário Eligio Cedeño, acusado de corrupção.
Procuradores acusaram a juíza de aceitar suborno para libertar Cedeño. Ela negou as acusações, insistindo que soltou Cedeño porque ele esperava um julgamento há mais tempo do que o permitido pela lei.
Mais tarde, Maria Afiuni disse ter sido estuprada na prisão e recusou um tratamento de saúde das autoridades. Líderes do governista Partido Socialista rejeitaram as alegações, que consideraram uma farsa para angariar solidariedade. Mais mais tarde ela foi posta em prisão domiciliar. Em março, recebeu uma pena de 5 anos.
O advogado que a representa afirmou, em entrevista por telefone, que a ONU ligou para saber se ela estava livre, mas que não houve nenhum comunicado oficial.
Jatar, jornalista e advogado que ficou preso na ilha Margarita, foi preso depois de publicar um protesto contra Maduro e acusá-lo de lavagem de dinheiro.