Estudo analisou edifícios residenciais em construção no Bairro do Catolé, local de crescente adensamento habitacional em Campina Grande
Pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) realizaram um estudo para avaliar a aplicação de equipamentos poupadores, visando minimizar o consumo de água em edifícios verticais no Bairro do Catolé na cidade de Campina Grande.
Intitulada Mecanismos poupadores de água como suporte ao planejamento urbano, a pesquisa foi realizada pelo arquiteto Marcelo Barros, pós- graduado em Engenharia Civil e Ambiental pela UFCG, em parceria com as professoras Iana Rufino e Lívia Miranda. Além de avaliar a redução no consumo de água, o estudo verificou a demanda pelo produto no referido bairro e sua estimativa para os anos subsequentes, propondo parâmetros urbanísticos relativos ao uso da água a serem incluídos na legislação municipal.
Na pesquisa, foram selecionados os seguintes mecanismos poupadores: torneira com arejador, chuveiro com aerador, bacia sanitária com acionamento duplo, reúso de águas cinzas e medidores individuais. Para selecionar os itens foram levados em consideração a facilidade na implantação pela mão-de-obra local, retorno financeiro em relação ao investimento, adequalibilidade à região e maior redução no consumo de água.
Num cenário de cinco anos, analisando os 23 prédios em construção objeto da pesquisa, o estudo concluiu que se os edifícios utilizassem mecanismos poupadores de água, isso geraria uma economia de 10,42 % no consumo de água para todo o Bairro do Catolé. E ao longo da vida de cada edifício a economia chegaria a 83,26%, representando ainda um baixo custo de investimento em relação ao custo total da obra.
Um ponto agravante revelado pela pesquisa é que as leis municipais não têm controle quanto ao uso e ocupação do solo. Foram encontradas ainda lacunas no texto do Plano Diretor do Município de Campina Grande que não contempla o incentivo do uso de mecanismos poupadores de água e que permite que o adensamento e a verticalização ocorram segundo a vontade dos empresários da construção civil, uma vez que o único limitante da altura dos edifícios são os recuos.
A pesquisa completa foi publicada na Revista Brasileira de Recursos Hídricos. Confira aqui.
Fonte: Ascom