Por Guilherme Mazui, Roniara Castilhos, Delis Ortiz, Do G1 e da TV Globo — Brasília
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Bolsonaro critica atual presidente dos Correios e diz que ele age como sindicalista
O presidente Jair Bolsonaro informou nesta sexta-feira (14) que decidiu demitir o presidente dos Correios, general Juarez Cunha. Segundo Bolsonaro, o militar se comportou como “sindicalista” e se manifestou contrário à privatização da estatal, avalizada pelo presidente da República.
A informação sobre a demissão foi dada por Bolsonaro ao final de um café da manhã com jornalistas, realizado no Palácio do Planalto. O presidente disse que avalia nomes para o comando dos Correios.
Bolsonaro afirmou que uma possibilidade seria colocar o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz à frente dos Correios. Santos Cruz foi demitido nesta quinta-feira da Secretaria de Governo e substituído pelo general Luiz Eduardo Ramos.
Porém, o agora ex-ministro não deve assumir no momento nenhuma função no governo.
Privatização dos Correios
O general Juarez Cunha assumiu a presidência dos Correios em novembro do ano passado, durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Foi mantido no cargo após a posse de Bolsonaro. Cunha defende a manutenção dos Correios como empresa pública.
Durante o feriado de Páscoa, Juarez Cunha escreveu em uma rede social que tinha “argumentos para demonstrar porque é importante para o país manter a empresa pública [os Correios], inclusive apresentando casos malsucedidos de privatização de correios pelo mundo”.
Outros assuntos
No café da manhã, Bolsonaro também falou sobre:
- Homofobia
Ele disse que a decisão do Supremo Tribunal Federal que permitiu a criminalização da homofobia foi “completamente equivocada”. De acordo com Bolsonaro, a decisão do Supremo prejudica as pessoas que são homossexuais.
Ele argumentou que um empregador pensará “duas vezes” antes de contratar um homossexual.
“Tipificar a homofobia como se racismo fosse é o STF entrando na seara penal, estão legislando. Isso prejudica o próprio homossexual nesta decisão”, disse.
- Celular sem proteção
Bolsonaro disse que não segue recomendação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de utilizar um celular protegido com um programa de criptografia para se comunicar. Ele disse ainda não ter “nada a esconder”.
Segundo Bolsonaro, mesmo tendo recebido um celular com programa de criptografia, que protege as mensagens de maneira mais eficiente, ele optou por não utilizá-lo.
- MP das aéreas
Ele afirmou que avalia sancionar a medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional que proíbe a cobrança por bagagens de até 23 quilos em voos domésticos.
Ele disse que, ao sancionar o texto, editaria uma nova medida provisória para permitir a cobrança da taxa apenas para empresas aéreas de baixo custo, conhecidas como “low cost”.
- Reforma da Previdência
Segundo o presidente, a “bola está com o Legislativo” e, portanto, o governo não irá “forçar a barra” na negociação com o Congresso para evitar o risco de “não aprovar nada”.
“O natural é ceder para aprovar o que é possível, mas no limite curto do previsto na economia”, afirmou presidente.
Disse ainda que, aprovada a reforma da Previdência, as próximas prioridades do governo são a reforma tributária e o pacote anticorrupção.