Caoa admite negociação com Ford e governo de SP para comprar fábrica de São Bernardo

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André Ítalo Rocha, O Estado de S.Paulo

26 de fevereiro de 2019 | 19h34

A Caoa é umas das interessadas em comprar a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, confirmou a empresa nesta terça-feira, 26, ao Estadão/Broadcast. A companhia brasileira iniciou conversas com a montadora norte-americana e com o governo do Estado de São Paulo.

A confirmação ocorre depois de o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ter dito pela manhã, em coletiva de imprensa, que três empresas o consultaram para aquisição da fábrica. Sem revelar os nomes, ele disse que eram duas multinacionais e uma brasileira.

MF SAO BERNARDO DO CAMPO/SP – 25/05/2016 – EMBARGADO / PÁTIO / FORD – ECONOMIA – Pátio de caminhões e caminhonetes novas, da montadora Ford, em São Bernardo do Campo. FOTO: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Pátio de caminhões da Ford em São Bernardo do Campo. Foto: Marcio Fernandes/Estadão – 25/5/2016

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) conta com apenas duas montadoras brasileiras, a Caoa e a Agrale. Esta última, que fabrica caminhões, ônibus, tratores e utilitários, negou que esteja interessada na planta da Ford.

Em nota, a Caoa lembrou que há quatro décadas tem uma “forte parceria” com a Ford, por ser até hoje a maior distribuidora da marca norte-americana na América Latina. “Dessa forma, é natural que a Caoa e a Ford conversem sobre futuras negócios, assim como ocorre com outras empresas sempre que há uma boa oportunidade”, diz o comunicado.

No entanto, a empresa brasileira ressaltou que “até o momento não há nenhuma definição ou compromisso para a aquisição da planta.”

A Caoa, além de atuar como distribuidora de veículos, também é uma fabricante. Em Anápolis, no interior de Goiás, tem uma fábrica que produz veículos da sul-coreana Hyundai. Além disso, comprou em 2017 50% da operação da chinesa Chery no Brasil, que tem uma planta em Jacareí, no interior de São Paulo.

A fábrica da Ford no ABC é responsável pela produção de todos os caminhões da marca e pelo Fiesta, automóvel que sairá de linha. Segundo a montadora, a decisão de encerrar a fábrica custaria US$ 460 milhões, entre indenizações de funcionários, concessionárias e fornecedores, além da depreciação de ativos.

A montadora anunciou que encerraria a operação na terça-feira da semana passada. Na quinta-feira, executivos da Ford se reuniram com governador João Doria, que após o encontro anunciou à imprensa que ajudaria a empresa a encontrar um comprador. As demais fábricas da Ford seguirão produzindo normalmente, uma de veículos em Camaçari, na Bahia, e outra de motores em Taubaté, no interior de São Paulo.

fonte estadão

 

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