A obesidade infantil é um distúrbio alimentar que tem atingindo cada vez mais crianças e adolescente de forma precoce. Um estudo realizado pela doutora em Nutrição, Danielle Góes da Silva, pretende analisar a linha de cuidado disponível nos serviços públicos de saúde do estado de Sergipe para crianças e adolescentes com excesso de peso.
Problemas psicossociais, ortopédicos, respiratórios, endócrinos, gastrointestinais e até cardiovasculares são alguns das principais consequências do excesso de peso na infância. Segundo a pesquisadora Danielle, esses problemas têm afetado cada vez mais esse público jovem devido aos hábitos alimentares inadequados, desde os primeiros anos de vida, e ao sedentarismo.
“As últimas pesquisas de consumo alimentar mostraram que o brasileiro tem aumentado drasticamente o consumo de alimentos ultraprocessados, com alto teor de açúcar, sal e gordura saturada, e baixo teor de fibras e de nutrientes como as vitaminas e minerais, e reduzido o consumo de alimentos regionais como arroz e feijão e produtos naturais como frutas e legumes.Também, o estilo de vida sedentário vem fazendo parte do nosso dia-a-dia. Não se pode perder de vista que as crianças e adolescentes estão expostos da mesma forma a todo este ambiente promotor da obesidade, fato que merece atenção por parte dos serviços públicos de saúde”, alertou a doutora em Nutrição.
Danielle Góes lembra que os hábitos alimentares inadequados começam desde o primeiro ano de vida, como a interrupção do aleitamento materno e a inadequada introdução de alimentos complementares ao leite materno. “Hoje já é possível encontrar na idade pré-escolar muitas crianças com colesterol alto e hipertensão arterial, devido ao excesso de peso. Tudo isso é reflexo do ambiente promotor da obesidade em que vivemos”.
Pesquisa
O estudo que vem sendo desenvolvido com o financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) pretende avaliar qual a rede de serviços públicos disponível para atenção nutricional às crianças e adolescentes com sobrepeso/obesidade no estado de Sergipe. Segundo a pesquisadora Danielle, de acordo com a última pesquisa nacional (2008-2009), o sobrepeso atinge cerca de 34% de crianças brasileiras de 5 a 9 anos, e a obesidade 14,3%. Em Sergipe, ainda não houve estudos com amostragem representativa do estado, que identificassem o problema do excesso de peso entre crianças e adolescentes. Contudo, resultado de pesquisa publicada pelo IBGE em 2009 com escolares no 9o ano do ensino fundamental do município de Aracaju, identificou 14,2% de sobrepeso e 5,4% de obesidade. Ainda, em 2010, tese de mestrado com pré-escolares de escolas públicas de Aracaju identificou cerca de 13% de excesso de peso.
Fonte: Infonet