Criação dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional pode ser abandonada

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Diante da tensão entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, líderes defendem votar ainda nesta semana, na Câmara dos Deputados, a medida provisória 870, que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, mas sem a recriação das pastas das Cidades e da Integração Nacional. O martelo ainda não foi batido, mas há uma articulação para derrubar a volta dos dois ministérios, aprovada na comissão especial.

A avaliação é que o ambiente político não é mais propício para o retorno dos dois ministérios. Segundo líderes ouvidos pelo blog, a recriação disparou uma disputa pelos comandos das pastas, e grupos ligados ao presidente Jair Bolsonaro passaram a divulgar que a medida era a volta do toma lá dá cá, uma pressão de partidos do Centrão para votar projetos de interesse do Palácio do Planalto.

Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em imagem do dia 2 de janeiro de 2019 — Foto: TV Globo/ReproduçãoEsplanada dos Ministérios, em Brasília, em imagem do dia 2 de janeiro de 2019 — Foto: TV Globo/Reprodução

Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em imagem do dia 2 de janeiro de 2019 — Foto: TV Globo/Reprodução

Um líder disse ao blog, de forma reservada, que inicialmente a volta dos dois ministérios era uma forma de pacificar a relação com a base aliada, entregando o Ministério das Cidades para um nome com bom trânsito junto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e partidos do Centrão. Só que, logo depois, a medida passou a ser bombardeada.

“Agora, o que era uma solução, virou um problema. Então, talvez a melhor decisão seja desistir da proposta”, acrescentou.

Uma decisão deve ser tomada ainda nesta terça-feira (21), em reuniões de líderes e conversas com o presidente da Câmara. Maia já disse que não tem interesse em indicar nenhum nome para a pasta das Cidades, exatamente porque a medida passou a ser atacada por grupos ligados ao presidente Jair Bolsonaro.

A votação da MP pode ser nesta quarta (22), ou ficar para a próxima semana.

Recriação das pastas

Os ministérios das Cidades e da Integração Nacional faziam parte do desenho do governo no mandato do ex-presidente Michel Temer. Desde que assumiu, Bolsonaro, por meio da medida provisória 870, redefiniu a estrutura da Esplanada, fundindo algumas pastas. Nesse processo, Integração Nacional e Cidades deixaram de ser ministérios independentes.

No entanto, na comissão do Congresso que analisa a MP, parlamentares aprovaram a recriação dos dois ministérios.

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