Desemprego sobe para 12,7% em março e atinge 13,4 milhões de brasileiros

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Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1 — São Paulo e Rio de Janeiro

 


Fila por vaga de emprego em Piracicaba (SP) — Foto: Juliana Franco/Assessoria de Imprensa/SemtreFila por vaga de emprego em Piracicaba (SP) — Foto: Juliana Franco/Assessoria de Imprensa/Semtre

Fila por vaga de emprego em Piracicaba (SP) — Foto: Juliana Franco/Assessoria de Imprensa/Semtre

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,7% no trimestre encerrado em março, atingindo 13,4 milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da maior taxa de desemprego desde o trimestre terminado em maio de 2018, quando a taxa também ficou em 12,7%, reforçando a leitura de perda de dinamismo e recuperação mais lenta da economia neste começo de ano.

A taxa ficou 1,1 ponto percentual acima da registrada no 4º trimestre, quando o desemprego estava em 11,6% da força de trabalho. Frente a um ano antes, porém, o índice está 0,4 ponto percentual menor. No 1º trimestre do ano passado, a taxa estava em 13,1%.

O resultado apurado para os três primeiros meses de 2019 ficou ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado. Média das previsões de 25 consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data apontava para uma taxa de 12,8% no primeiro trimestre deste ano.

Evolução da taxa de desemprego
Índice no trimestre móvel, em %
13,113,112,912,912,712,712,412,412,312,312,112,111,911,911,711,711,611,611,611,6121212,412,412,712,7jan-fev-mar/18fev-mar-abr/18mar-abr-mai/18abr-mai-jun/18mai-jun-jul/18jun-jul-ago/18jul-ago-set/18ago-set-out/18set-out-nov/18out-nov-dez/18nov-dez-jan/19dez-jan-fev/19jan-fev-mar/1902,557,51012,515

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13,1
Fonte: IBGE

Segundo o IBGE, a alta do desemprego no 1º trimestre representa a entrada de 1,2 milhão de pessoas na população desocupada na comparação com o trimestre encerrado em dezembro.

No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego verificada pelo IBGE foi de 12,4%, atingindo 13,1 milhões de brasileiros.

A maior taxa de desemprego já registrada no país foi a do trimestre terminado em março de 2017 (13,7%). Já a mínima foi alcançada em dezembro de 2013, quando ficou em 6,2%.

Evolução do número de desempregados
Em número de desocupados no trimestre móvel
13.63413.63413.36113.36113.19013.19012.92312.92312.82712.82712.66512.66512.45012.45012.30912.30912.16412.16412.15212.15212.62512.62513.05313.05313.38713.387jan-fev-mar/18fev-mar-abr/18mar-abr-mai/18abr-mai-jun/18mai-jun-jul/18jun-jul-ago/18jul-ago-set/18ago-set-out/18set-out-nov/18out-nov-dez/18nov-dez-jan/19dez-jan-fev/19jan-fev-mar/1902,5k5k7,5k10k12,5k15k
Fonte: IBGE

população ocupada no país somou 91,9 milhões de pessoas, queda de 0,9% (meno 873 mil pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro.

De acordo com o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, a queda na ocupação já era esperada, devido a um movimento sazonal recorrente. “Sempre na passagem do 4º trimestre do ano para o primeiro trimestre há a dispensa de trabalhadores temporários que foram contratados para os eventos de final de ano”, afirmou.

O IBGE apontou também que a população fora da força de trabalho alcançou 65,3 milhões de pessoas, ficando estável frente ao trimestre encerrado em dezembro e crescendo 1% (mais 649 mil pessoas) na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

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28,3 milhões de subutilizados, número recorde

Segundo o IBGE, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 25% no trimestre encerrado em março, a maior já registrada pela série histórica iniciada em 2012, com alta de 1,2 p.p. em relação ao trimestre anterior (23,8%).

A população subutilizada também atingiu o número recorde de 28,3 milhões, com alta de 5,6% (1,5 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 3% (mais 819 mil pessoas) na comparação anual.

O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados (que desistiram de procurar emprego) e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por motivos diversos.

O número de pessoas desalentadas subiu 3,9% (180 mil pessoas a mais) em relação ao trimestre anterior, atingindo 4,8 milhões de brasileiros. Já o contingente de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas se manteve estável em 6,8 milhões.

“Amanhã é dia do trabalho. Temos 28 milhões de pessoas que não devem comemorar a data”, disse Azeredo, que enfatizou ser o número da subutilização o “retrato mais real do mercado de trabalho”.

Subutilização recorde no país
em número de brasileiros
Desempregados: 13.387Subocupados (que trabalham menos de 40 h por semana): 6.768Desalentadas: 4.843Fora da força de trabalho potencial: 3.326
Fonte: IBGE

Cai número de empregados

Os números do IBGE mostram que houve queda tanto no emprego formal como no informal. Somando os trabalhadores do setores público e privado, houve uma redução de 771 mil no número de empregados no trimestre.

O número de empregados com carteira assinada caiu 0,1% na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, reunindo 32,9 milhões de pessoas, em meio à fraqueza da economia neste começo de ano.

O número de carteira assinada no país segue praticamente estável há 9 meses. Ela caiu até o trimestre terminado em junho do ano passado e a última vez em que ela cresceu foi no trimestre terminado em junho de 2014.

“A grande expectativa da retomada é quando voltar a crescer o número de carteira assinada. Esse vai ser o primeiro sinal de lanternas verdes no mercado de trabalho”, destacou Cimar Azeredo.

Já o número de empregados sem carteira assinada (11,1 milhões) caiu -3,2% em relação ao trimestre anterior (menos 365 mil pessoas).

No setor público, houve queda de 2% (menos 234 mil pessoas) no número de empregados no 1º trimestre.

A categoria dos trabalhadores por conta própria ficou estável na comparação com o trimestre anterior, reunindo 23,8 milhões. Em 1 ano, entretanto, houve crescimento de 3,8%, ou um acréscimo de 879 mil pessoas nessa condição.

O número de trabalhadores domésticos para 6,1 milhões, queda de 2,4% (menos 149 pessoas) na comparação com o trimestre anterior.

Ocupação no Brasil por posição
Em número de pessoas
Empregado com carteira setor privado: 32.918Empregado sem carteira setor privado: 11.124Conta própria: 23.750Empregado setor público: 11.362Trabalhador doméstico: 6.108Empregador: 4.435Trabalhador familiar auxiliar: 2.166
Fonte: IBGE

Rendimento

O rendimento médio real habitual (R$ 2.291) cresceu 0,7% frente ao trimestre anterior e avançou 1,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A massa de rendimento real habitual (R$ 205,4 bilhões) ficou estável contra o trimestre anterior e cresceu 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2018.

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