Rubem Novaes diz que venda da companhia não está no radar, mas diz que País deveria bater nesta tecla.
Por Daniel Silveira e Luiz Guilherme Gerbelli, G1 — Rio
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou nesta sexta-feira (15) que “está convencido” de que a empresa “deveria ser privatizada”.
Em evento no Rio de Janeiro, Novaes disse que não está em cogitação nenhuma venda das grandes estatais do Brasil, como da Caixa Econômica Federal, Petrobrás e, inclusive do Banco do Brasil. Mas reforçou que o País deveria bater nessa tecla porque essas companhias estariam “melhor na mão do setor privado”.
“Estou convencido que o Banco do Brasil deveria ser privatizado”, disse. “No Banco do Brasil, me sinto de mão atadas. É como se tivesse bolas chumbo nas pernas para competir com os bancos privados.”
“Está havendo um apoio crescentes das pessoas que pensam com mais responsabilidade sobre a economia do país. E agora a gente vai precisar muito desse apoio para avançar também na área de privatização, sobretudo do setor bancário”, afirmou.
Caixa
Na esteira do discurso liberal, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, Guimarães destacou que, no mês passado, a Caixa deu início à venda de ativos e afirmou que o banco “vai fazer a abertura de capitais” dos segmentos de seguridade, loterias, cartões e assets.
“Até junho a gente pretende vender todas as participações não estratégias e a partir de setembro fazer quatro operações no mercado de capitais por determinação do ministro”, disse o presidente. Ele enfatizou que o objetivo imediato dessas operações é pagar a dívida do banco, no valor de R$ 38 bilhões.
Guimarães enfatizou que a Caixa irá mudar completamente a sua atuação enquanto banco. Segundo ele, o foco é “a saída da caixa de uma série de segmentos que não fazem sentido e um fortalecimento naqueles segmentos que são fundamentais para o banco”.
BNDES
O presidente o BNDES Joaquim Levy endossou a defesa da cessão de empresas públicas ao setor privado, tendo em vista que, para ele, “o estado brasileiro se tornou muito grande”, o que deixou a economia interna disfuncional.
“Se a gente não tomar medidas para corrigir a gente vai entrando numa espiral em que cada vez mais a classe produtora tem que trabalhar mais para financiar o estado”, disse Levy.
Ele destacou que o BNDES está trabalhando com vários estados na privatização, sobretudo, do setor de energia, mas que há mais a ser feito. “Há vários setores que podem dar um pouco de dinamismo à economia.
Sobre a atuação do BNDES, Levy destacou o foco na reestruturação de sua atuação. Ele citou um antigo comercial de um banco privado que dizia ser “um banco que nem parece banco”. “O que nós queremos hoje é tornar o BNDES um banco que até parece banco”.