Quem não protocolar o dossiê não está na bancada de oposição”, diz líder da oposição na ALPB

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Da Redação*. Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 12:34.

Diante das denúncias da Operação Calvário II, que investiga um suposto esquema de corrupção em contratos da Cruz Vermelha na Paraíba durante a gestão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), o líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, Raniery Paulino (MDB), reforçou a necessidade da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso.

Intitulada como “CPI da Cruz Vermelha”, a movimentação já conta com a assinatura da maioria dos deputados da bancada de oposição, com exceção do deputado Manoel Ludgério (PSD) – que externou publicamente que não assinará a Comissão, por entender que os órgãos competentes já apuram o caso –, bem como o deputado Caio Roberto, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Foto: Paraibaonline

Raniery ressalvou que a CPI não deve ser um papel só da oposição, mas sim do Poder Legislativo como um todo, que tem o dever de fiscalizar as ações do Executivo.

Segundo ele, a CPI dará a oportunidade ao governo, atual e o anterior, de se explicar sobre o caso e questionou o silêncio do ex-governador Ricardo Coutinho, que não tem se pronunciado desde que a denúncia veio à tona, tanto na imprensa local quanto na nacional.

– Estamos oferecendo ao governo que dê a sua versão. Nem o governo que saiu e nem o novo governo têm dado as suas versões. É importante que a população paraibana receba essas informações, assim como a Assembleia, para garantir o contraditório. É muito estranho, inclusive, essa ausência na mídia do ex-governador Ricardo Coutinho. Ricardo sempre foi de dar opinião sobre tudo, assuntos nacionais e internacionais, seja sobre cultura, até sobre gastronomia ele dava opinião. Mas, sobre a intervenção do Trauma não deu uma vírgula sequer. A sociedade paraibana é quem paga essa conta, pois a maior carga tributária do Brasil está na Paraíba – atestou.

Indagado sobre a postura do colega Manoel Ludgério, Raniery foi enfático e disse que cada um deve ter a responsabilidade do seu mandato, mas que respeita a decisão do parlamentar.

– Cada um tem a responsabilidade do seu mandato. Tenho uma relação respeitosa com Manoel e respeito a posição de quem assina e de quem não assina. Eu sou líder da oposição e vou tentar convencer, mas a decisão final é de cada um. Cabe também ele dialogar isso com o seu eleitorado. Se o público dele compreende bem isso, então perfeito. Mas, o meu público, por exemplo, não compreenderia bem se eu deixasse de assinar, pois eu nunca na minha vida deixei de assinar uma CPI em qualquer governo. Ali não existe um juízo de valor prévio, é justamente uma fase vestibular de inquirições, de perguntas, de forma oficial. Eu não posso deixar de fazer o meu papel de deputado estadual porque estou vendo que o Ministério Público está investigando – comentou.

Ainda sobre o assunto, Paulino frisou que é por essas questões que o Legislativo, muitas vezes, tem sido achatado, porque deixa de cumprir o papel de legislar e outros poderes tomam a dianteira.

– Não podemos deixar de cumprir o nosso papel de protagonistas em fiscalizar o Poder Executivo. Não vou patrulhar nenhum colega, mas é importante a assinatura dos 36 parlamentares. Quem não assina está corroborando com o sentimento da sociedade em relação à omissão do Parlamento – referendou.

Se não conseguir as 12 assinaturas para abrir a CPI, Raniery afirmou que vai procurar todos os órgãos fiscalizadores com um dossiê que já está preparado.

– O dossiê é um divisor de águas. Quem não for protocolar o dossiê não está na bancada de oposição – finalizou ele, em entrevista à Rádio Correio FM, nesta quarta-feira, 13

 

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