Bolsonaro é definido pela revista como um “personagem complexo”, em texto assinado pelo cientista político Ian Bremmer, da consultoria Eurasia Group.
A revista americana Time elegeu o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2019. Bolsonaro é o único brasileiro na lista, divulgada nesta quarta-feira (17).
O texto é assinado pelo cientista político Ian Bremmer, da consultoria Eurasia Group, que colabora para a Time. Bolsonaro é definido pela revista como um “personagem complexo”.
Por um lado, o presidente é apresentado como “a melhor chance em uma geração de promulgar reformas econômicas capazes de conter o déficit crescente”. Por outro, é “garoto-propaganda de uma masculinidade tóxica e um ultraconservador homofóbico com a intenção de travar uma guerra cultural e talvez reverter os avanços do Brasil em atacar as mudanças climáticas”.
Em seu relato, Bremmer faz um elogio ao Brasil. Diz que o “apetite por controvérsia” de Bolsonaro não é capaz de ocultar o fato de que o país tem “instituições que poderão limitar o bem e o mal que ele poderá fazer”. Para o cientista político, será decisivo para o futuro do governo saber se o presidente aprenderá a “trabalhar com o sistema”. “O tempo vai dizer se ele terá a flexibilidade e a resiliência de caráter que ele necessita.”
Líderes mundiais
A lista divulgada pela Time também inclui outros dois latino-americanos entre os mais influentes na categoria de líderes mundiais. São eles o presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, que comanda o movimento de não-reconhecimento do mandato do ditador Nicolás Maduro, e Andrés Manuel López Obrador, político à esquerda que se elegeu presidente do México em uma exceção ao atual cenário político vivido pela América Latina.
A relação, como é esperado, inclui também o presidente Donald Trump, mas ele não é o destaque da capa especial destinada aos líderes, espaço que foi concedido para a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi. Outra opositora relevante de Trump que foi incluída na lista foi a atual sensação da esquerda americana, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez.
Na linha de líderes mundiais à direita, a revista também incluiu Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro e ministro do Interior da Itália, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.