Após instauração de inquérito civil pelo MPF, o reitor do IFPB respondeu a ofício do procurador da República sobre a troca da banca examinadora. Concurso que seria realizado pela Compec foi assumido pela Idecan a 20 dias das provas.
A troca da banca organizadora do concurso do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) tem gerado polêmica e contestações de candidatos. O Portal ClickPB apurou, no entanto, que a mudança ocorreu por causa da deserção, ou seja, poucos interessados, no processo de seleção interna de professores para elaborar as questões que integrariam as provas, e que isso se deu em virtude do “grande número de parentes ou amigos íntimos inscritos dos professores que geralmente se habilitam a elaborar as provas do IFPB”.
A informação foi obtida pelo Portal ClickPB com exclusividade junto ao Ministério Público Federal da Paraíba (MPF-PB), onde tramita um inquérito civil (Inquérito Civil nº 1.24.000.000677/2019-79) instaurado após candidatos denunciarem a substituição da Comissão Permanente de Concursos Públicos (Compec) por outra banca organizadora. A contratação da banca Idecan (Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional) somente foi divulgada pelo IFPB no dia 29 de abril de 2019, faltando 20 dias para a aplicação das provas, no dia 19 de maio. Apesar disso, o IFPB não divulgou o motivo da troca de banca e nem respondeu aos questionamentos feitos pelo ClickPB sobre essa substituição.
Ao MPF, o reitor do IFPB, Cícero Nicácio do Nascimento Lopes, respondeu, em ofício encaminhado no último dia 15 de maio ao procurador da República Yordan Moreira Delgado, que a instituição ofertou edital de chamada pública aos seu corpo docente em 15/02/2019, através do edital 25/2019, “com a finalidade de selecionar os professores para elaborar as provas objetivas do certame, todavia, de maneira inesperada, o edital obteve tão somente 7 profissionais interessados em elaborarem as questões para as provas objetivas para 6 cargos/códigos”.
O reitor explicou ainda que, informalmente, a Compec buscou entender os fatores que implicaram na procura tão baixa para que os docentes elaborassem as provas. “A conclusão obtida se deu, basicamente, em virtude do grande número de parentes ou amigos íntimos inscritos dos professores que geralmente se habilitam a elaborar as provas do IFPB”, revelou o reitor, no ofício ao MPF.
Servidores – Mas além dos parentescos com os professores, o reitor Nicácio Lopes apontou, como mais um fator que motivou a alteração da banca examinadora, impedimentos de servidores que trabalharam na fase operacional do concurso. Conforme o ofício, “em virtude do grande quantitativo de candidatos inscritos, muitos servidores que trabalhavam na fase operacional do concurso se tornaram impedidos, por possuírem parentesco ou vínculo de amizade íntima com candidatos, o que comprometeu a própria logística da Compec. Tais profissionais para a área operacional geralmente são convidados entre o próprio quadro de servidores”.
fonte clikpb