Comerciantes da cidade de Campina Grande, no Agreste da Paraíba, estão começando a fechar a frente de seus estabelecimentos com grades para tentar evitar assaltos. A atitude tem sido adotada em lojas, farmácias e mercadinhos mudando a rotina dos consumidores. Mesmo com a queda nas vendas e alguns prejuízos, os comerciantes acreditam que esta é a melhor opção para fugir da violência.
No bairro do Catolé, por exemplo, uma farmacêutica atende os clientes através de uma grade. Ela conta que tomou a decisão depois que o estabelecimento dela foi assaltado cinco vezes. “Além das grades, colocamos câmeras, diminuímos horários e estamos indicando que clientes comprem com cartões, para evitar o fluxo de dinheiro”, disse Maria de Lurdes Oliveira.
Além das restrições para atendimento em vendas de medicamentos, Maria de Lurdes diz que, por medo de abrir as grades, não está mais aferindo pressão arterial, nem aplicando injeções, atividades que aconteciam rotineiramente. “Não posso aferir pressão, aplicar injeções, pois não sei quem está do lado de fora”, lamentou a farmacêutica, destacando que depois da instalação das grades não ocorreram mais assaltos.
O medo de roubos é tão grande entre os comerciantes da cidade que eles preferem ter prejuízo com as vendas do que se expor ao risco da violência “Eu já fui assaltada 11 vezes. Eles [os bandidos] são muito violentos hoje em dia e já teve até tiroteio aqui na frente. Então a gente fica com medo. É melhor ter prejuízo do que perder a vida”, afirmou a dona de um mercadinho no bairro Itararé, que não quis se identificar.
O G1 entrou em contato com o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar (2ªBPM), sediado na cidade de Campina Grande, major Gilberto Felipe, mas foi informado pela corporação que ele não poderia atender porque estava em uma reunião. Já o Secretário Estadual de Segurança e Defesa Social, Cláudio Lima, não atendeu às ligações.
