Posição política de membros da CPI do Tesoureiro atrapalhou trabalhos na CMCG

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A posição política dos três vereadores que integram a CPI do Tesoureiro, instalada na Câmara de Vereadores de Campina Grande, para apurar as denúncias formuladas pelo ex-tesoureiro da PMCG Rennan Trajano contra a gestão passada, pode ter atrapalhado o andamento dos trabalhos.

Passados 180 dias de CPI, o relatório final ainda não foi apresentado. O texto deveria ter sido apresentado no último dia 3 de fevereiro, mas a ausência de um vereador, adiou o apresentação. Politicamente os três vereadores integrantes da CPI tem posições políticas diferentes.

O presidente e autor do requerimento que resultou na Comissão, João Dantas (PSD), é ferrenho adversário do deputado federal e ex-prefeito de Campina Grande Veneziano Vital do Rêgo (PMDB). João Dantas é um dos lideres da bancada governista na Casa.

Por sua vez o relator Alexandre do Sindicato começou a legislação na bancada de oposição, mas depois migrou para a situação, e hoje integra a bancada que dá sustentação política ao prefeito Romero Rodrigues (PSDB). Já o vereador Rodrigo Ramos (PDT), é aliado de Veneziano, e faz parte da bancada oposicionista.

Diante do impasse e do adiamento da última, o presidente da CPI do Tesoureiro, vereador João Dantas, explicou que o pedido do adiamento foi apresentado pela assessoria do vereador Rodrigo Ramos. Ele lembrou Rodrigo Ramos sempre foi muito ativo nas sessões e contribuiu muito para as investigações. Segundo o vereador, o relatório será aprovado no dia 15, conforme requerimento aprovado na última sessão.

– Ele sempre foi muito ativo, diligente, ele conhece essa CPI tanto como eu e Alexandre. Eu estava pronto para votar mesmo com a ausência dele. Mas como nós somos um parlamento, eu fui induzido a mudar de posição. Eu segui decisão de maioria, o que é democrático, é um aspecto muito claro das minhas posturas. Nessa reunião bem ampla com o presidente da Câmara, nós entendemos que adiar oito dias não alteraria nada – contou.

O vereador Rodrigo Ramos procurou explicar o motivo de não ter comparecido à sessão da última quarta-feira, 3, para votar o relatório final da Comissão.

Ele disse que emitiu um requerimento ao presidente da CPI, João Dantas, e conseguiu um tempo maior para analisar e apresentar os contrapontos. Ramos alegou que recebeu o relatório na noite da terça-feira e não teve tempo de fazer uma análise aprofundada para realizar o voto.

– Eu disse ao presidente João Dantas que não ficaria à vontade de votar no relatório sem saber o que estava escrito. Vou fazer meu voto em pontos separados – relatou o parlamentar.

Ele ainda disse que está na fase da leitura e fazendo anotações e que, na segunda-feira, dia 15, já deve ter o parecer pronto para ser apresentado.

Relator da CPI, o vereador Alexandre do Sindicato, admitiu dificuldades encontradas durante todo o processo da comissão.

– Um processo de 180 dias, de muito trabalho ouvindo as partes envolvidas desde a denúncia. Esperamos que o relatório seja satisfatório e que os órgãos competentes tomem as providências cabíveis. Foi difícil localizar alguns envolvidos para serem ouvidos, muitos já chegaram com habeas corpus preventivo para não falarem, mas, pela a vasta documentação que recebemos da Secretaria de Obras do município e outros órgãos, conseguimos chegar a um relatório conclusivo – comentou. Alexandre afirmou ainda que o entendimento entre os colegas da comissão tem sido difícil.

– Tanto é que ainda vamos votar o relatório. Há algumas divergências e é normal, pois cada componente da CPI pode apresentar um relatório a parte ou fazer algum adendo ao próprio relatório do relator – pontuou.

A sessão dessa quarta-feira, 03, que votaria o relatório da CPI foi suspensa, através de requerimento, pelo vereador Rodrigo Ramos, que também é membro da comissão, e ficou marcada para o próximo dia 15. A leitura em plenário do relatório está prevista para o dia 17.

Fonte: PBAgora

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